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O MAGO NUNCA SE ATRASA

Mahakala- Senhor da Morte


Imagem fonte: G-host Lee on ArtStation
Edição: #TheSource


Introdução

Mahākāla em sânscrito mahā (महत्; grande and kāla (काल; tempo ou morte significa Aquele que ultrapassa o Tempo ou que Vence o tempo ou a Grande Morte. Ele é um Dharmapala, ou seja uma divindade que protege o Dharma. Dharma é a lei do budismo, a forma como tudo se manifesta no universo, como o karma é gerado, e como os seres humanos voltam várias e várias vezes em vidas sucessivas para purificar o karma.
Ele é conhecido com Daheitian na China (大黑天)e como Daikokuten(大黒天)no Japão. Mahākāla pertence a quarta hierarquia das divindades budistas.
Mahakala representado em uma forma
 muito parecida com Shiva Nataraja

No hinduismo Mahākāla é um dos nomes de Shiva, seria o próprio tempo, ou Deus do Tempo. Kala significa tempo, atita/bhoota kaala é o passado,vartamana kaala é o presente e bhavishya kaala o futuro.todas essas formas emergem do Lorde Shiva. Outra tradução para Kaala seria Morte, Shiva é o Deus da destruição. A destruição é o fim que é um tipo de morte, por isso Shiva é o Mahakala, ou seja, a Maior destruição ou a “ultimate death”, depois de Shiva não há mais vida!!! 

Resolvi apresentar um texto de um dos meus discípulos sobre mahakala, justamente por que ele trabalha com essa divindade, e eu tenho dado prioridade a divindades que tenhamos contato a divindades que só pesquisamos.

Relato de Experiência

por Welligton Gonçalves
revisão e correção por Doshi Fred

Bom, hoje vou trazer para vocês e falar um pouco de nada mais nada menos que  Mahakala, uma das principais divindades do Budismo Tibetano. Algumas tradições tem sua própria versão de Mahakala, ele seria a divindade que protege os ensinamentos e os discípulos e ajuda a dissolver todos os obstáculos e negatividades.

As pessoas de mentes mais fechadas (desavisados, ignorantes etc.) quando se deparam com as divindades do panteão Budista, em geral, as enxergam como algo demoníaco, satânico e toda aquela história que já conhecemos certo? Então, mas na verdade não é isso, e para aqueles que estão mais cientes já sabem, que a iconografia oriental é muito peculiar e diferente da nossa, e caso você não conheça, eu vou falar um pouco mais sobre ela agora.

Em primeiro lugar existem dois tipo de divindades as celestiais e as terrenas. Elas se manifestam de duas formas as Pacíficas e as Iradas. A confusão acontece quando as pessoas de formação judaico cristã se deparam com as divindades de caráter Yang(celestial) e tem uma manifestação Irada, ou até demônios que tem uma feição pacífica. 

Simbologia:


A cor preta de Mahakala: O preto é uma cor que absorve todas as outras cores, assim como, todas as qualidades divinas se fundem em Mahakala. A cor preta também aparece na coroa do Karmapa (Espaço da Lei), pois o verdadeiro espaço não tem uma  cor definida e assim podemos dizer que é semelhante ao preto, é ilimitado e imutável.


Olhos: seus três olhos têm o poder de compreender o passado, o presente e o futuro, também devemos lembrar que Mahakala não é apenas uma encarnação irada, mas sim, a personificação da compaixão,  e libertação dos seres sencientes que sofrem no Samsara.

As caveiras em sua coroa representam os cincos venenos mentais:

  1. Ira, 
  2. desejo,
  3. ignorância,
  4. inveja 
  5. orgulho.

Minha experiência com Mahakala


Há um ano, em uma noite de Lua Negra, foi a primeira vez em que Mahakala se manifestou para mim. Preparei o meu altar, velas, incensos e os selos. O intuito era fazer outro tipo de ritual, outra evocação. Deixei tudo em ordem e em seus locais exatos onde deveriam estar. Sentei diante do altar e como estava tudo preparado tentei fazer uma evocação, só que por erro meu, deixei de fazer o círculo e acabei passando muito mal: senti o coração acelerado e parei com o que estava fazendo.

Fiquei um tempo ali jogado no chão. Mas como sou uma pessoa muito insistente, decidi me levantar e tentar novamente mais uma vez. Só que agora não repetiria os  meus anteriores erros, evitando que os mesmos me prejudicassem. Comecei a fazer o círculo, quando me veio uma voz muito sútil em minha mente, pedindo pra eu parar e tentar antes de tudo algo com Mahakala…

Mahakala Mandala, observe a similaridade entre 
ela e um triângulo de manifestação da Goetia
Deixei de lado o que eu estava fazendo e tornei a preparar novamente algumas coisas para meditar e fazer algumas orações para o mesmo. Sentei diante uma imagem dele, e me curvei coneçando todo processo de oração, e em minha meditação ouvi novamente aquela voz me orientando em algumas coisas nas quais eu até mesmo procurava respostas.

Foi quando eu me senti preparado e me levantei da meditação, ainda mantendo o mudra(selo de mão)  e ali absorvendo toda a energia que fluía através da Mahakala que sentia sendo emanada em mim. Aquela voz inicial tornou a se manifestar e a falar comigo, me ensinando coisas. Era um método novo para fazer o círculo!

Então, decidi fazer tudo conforme o ensinado por ele, e assim minha percepção sobre tudo o que estava acontecendo ao meu redor aumentou de uma maneira incrível,  e como eu sou muito sensitivo, logo senti um arrepio,  e as chamas de Mahakala se manifestaram. Enquanto tudo isso ia acontecendo ele continuava a me orientar, até mesmo para manipular as chamas que estavam diante de mim, como se o elemento fogo fosse consumir o meu ego e alguns dos meus maus costumes.

Após um longo trabalho ele me disse para despertar verdadeiramente e abrir o terceiro olho, parar de ver tudo aquilo com meus olhos físicos. E assim me foi concedido enorme graça, e pude enxergar de uma outra forma, voltei abrir meus olhos, só que desta vez as chamas desciam em meus braços, e eu via tudo de uma maneira nítida, até conseguia sentir o ardume daquele fogo que não me consumia.

Mais uma vez e ele tornou a se manifestar, me dando orientações finais sobre todo o processo, parte por parte me foi explicada, e eu fiquei muito grato por tudo que em foi ensinado por Mahakala. Me despedi, muito agradecido, e continuei com aquelas chamas e segui fazendo meu ritual. Pratiquei mais alguns selos, só que desta vez eu os fiz me sentindo muito mais seguro, pois eu sabia que não era apenas eu ali, sua presença ainda estava comigo.

Aquele fogo  era parte dele, e dali em diante se tornou muito mais do que esperava. Se tornou parte de mim, e passou a fazer parte da rotina da minha vida, direcionando meus caminhos por onde eu passava, e toda vez me trazendo respostas e orientações sempre que eu delas necessitava.

Espero que tenham gostado, e assim também eu tenha os incentivado a conhecer um pouco mais dele que hoje tem sido minha luz e meu guia, e por causa dele conheci o meu mestre que tem me orientado!

Muito Obrigado

Wellington Gonçalvez



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