Seja o mais pacificador e diplomata possível, mas se isso não puder evitar uma guerra, enfrente-a com maestria e defenda sua pátria!
Atena, também conhecida como Palas Atena, é a Deusa Grega da sabedoria, da estratégia, do raciocínio, da inteligência, da vitória, da justiça, da paz, dos carpinteiros, das escolas, da ciência, das exatas, da literatura, da filosofia, dos guerreiros, do patriotismo, dos navegantes, da música, das cidades, da honra, do artesanato com tecidos, dos oleiros, da agricultura, do feminismo, da castidade, da virgindade, da prudência, da reflexão, da perfeição, da política, da justiça, do julgamento, da harmonia e da diplomacia. Filha de Zeus e Métis, compõe o Dodecatheon e o significado de seu nome ainda é obscuro. Não se sabe se a capital da Grécia tem seu nome em
A história conta que, assim como Cronos foi destronado pelo filho, Zeus também seria destronado pelo seu filho. Então, numa reação anacrônica, Zeus convenceu sua primeira esposa, Métis, a brincar de se transformarem em vários animais, ao passo que, quando Ela se transformou em uma mosca, Zeus não tardou a engoli-la, assim como Cronos havia feito com seus irmãos. No entanto, Zeus veio a se casar uma segunda e uma terceira vez quando começou a sentir uma forte dor de cabeça. Hefesto, o Deus Ferreiro, a pedido do pai, Zeus, abriu-lhe o crânio com um machado e, ao fazer isso, choveu ouro enquanto Atena saía da cabeça paterna já adulta e armada para a batalha. Como nasceu mulher, Zeus permaneceu no trono, entretanto, Atena é a grande vitoriosa e sempre encontrará um jeito de vencer qualquer batalha que vença, tanto que, burlando a profecia e nascendo mulher Ela conseguiu permanecer viva, ser a filha preferida do pai e ainda ter o Seu nome como a capital da Grécia.
Numa visão pouco conhecida de seu nascimento, é dito que Ela é filha de Posêidon. Como filha de Zeus, Atena divide o poder dos raios, portanto, Ela é a luz que precede a tempestade e a chuva, ou seja, sempre acompanha seu pai. Porém, sendo filha de Posêidon, Ela representa o orvalho que impede que as lavouras sequem (também porque Atena nasceu à beira de um lago), e acompanha Posêidon antes dos maremotos e das chuvas que provém da evaporação do mar. Numa outra versão Ela é filha do Gigante Palas (mas essa lenda é mais comumente retratada com Palas não sendo o pai de Atena, apenas um gigante alado), sendo Ele a representação da força e da bestialidade e Ela a representação da castidade e da pureza. Palas tentou violar Atena e, em virtude disso, foi morto e esfolado por Ela e teve sua pele usada para ser feito o aegis da Deusa (manto da castidade) e as asas sendo atadas às sandálias dEla. E, para demarcar sua vitória sobre as baixas paixões, Ela passou a utilizar o nome Palas Atena. E, numa visão mais patriarcal de Seu nascimento, Zeus nunca havia se casado com outra divindade que não Hera, e, portanto, Métis (Deusa da Astúcia) seria apenas uma de suas paixões adúlteras, sendo que o motivo de tê-la engolido foi por considerar que a sabedoria provém apenas do homem e, por Atena ter nascido de Zeus e não de Métis, é como se o poder de astúcia da Titânide de nada valesse para sabedoria se não se originasse no homem.
Apesar de Atena ser representada portando uma lança e um escudo Ela não é considerada uma divindade da guerra e, sim, da paz. Ela é a Deusa que, sendo inevitável a guerra e não sendo possível utilizar de diplomacia, se utiliza da estratégia para vencer as batalhas. Por conseguinte, Atena faz uma contraparte com seu irmão, Ares, pois o segundo representa o instinto/desejo na batalha enquanto Atena é a estratégia na mesma com o intuito de findá-la. Vale ressaltar ainda que muitas das vezes Atena é representada tendo a Nike (Deusa da Vitória) em sua mão, simbolizando que a vitória sempre acompanha Atena, pois é sábia e planeja muito bem suas batalhas.
Mas, mesmo sendo uma Deusa que promove a paz, não é uma divindade que aceita ser ofendida. Um exemplo disso foi o mito de Aracne e o mito do concurso que fez junto com Afrodite e Hera para consagrar a mais bela do Olimpo. Neste concurso, Páris foi seduzido pela proposta de Afrodite para escolhê-la como a mais bonita e, assim, Atena perdeu a disputa. Contudo, saiu com Hera e juntas confabularam a famosa Guerra de Tróia, pois, sendo a Deusa que é acompanhada pela vitória, não existem possibilidades de Ela perder uma batalha e, usando do prêmio ganho por Páris no concurso (a mulher mais bela do mundo era “coincidentemente” a rainha de Tróia), fez com que o “lado” de Afrodite perdesse a guerra e o lado grego, de Atena, ganhasse, ou seja, ao menos de forma simbólica Ela ganhou de Afrodite.
Não apenas no mito de Páris e da Guerra de Tróia, mas em vários outras Atena aparece em papéis principais, como, por exemplo, na Odisseia e no mito de Héracles, em que foi a Deusa que o auxiliou na conquista de várias armas e vitórias nas tarefas impostas a Ele. Também, mesmo não se casando e permanecendo casta, Atena gerou um filho com Hefesto, pois, de acordo com a história, Ela foi pedir ao irmão que forjasse algumas armas e Ele, neste ínterim, tentou uma relação à força com a Deusa. Como Ela se recusou, Ele ejaculou nas suas coxas e, ao se limpar com um pedaço de lã, jogando o sêmen por terra, Erictônio veio à vida. Também foi a diplomata no caso de Orestes em que sua escolha foi a decisão final após um embate de absolvição ou culpa entre as Fúrias e Apolo; por esse motivo, dizem que o voto de desempate é o Voto de Minerva, pois a Deusa Romana Minerva foi correlacionada à Atena.
Era uma das divindades mais respeitadas e cultuadas pelos gregos antigos, tanto que existe toda uma lenda para o nome da capital da Grécia ser Atenas. Conta-se que Ela e Posêidon iniciaram uma disputa para decidir quem iria apadroar a cidade de Atenas. O Deus dos Mares então criou os cavalos a partir das águas do mar, mas, como Atena é a Senhora das Batalhas, Ela domou os cavalos, inventando os arreios, e criou a oliveira, que promove alimento, madeira e azeite para cozer outros alimentos. Desta forma, os gregos a elegeram como a matrona da cidade. É ainda deste mito que entende seu trabalho como Deusa da Agricultura, não como responsável pela terra e como protetora contra as calamidades naturais, mas como aquela que ensinou o ser humano a se utilizar dos benefícios da natureza, como, por exemplo, extrair o azeite da oliva, sua invenção.
É representada com o escudo que possui a cabeça da Medusa entalhada e segurando sua lança na outra mão ou com a Deusa Nike em uma das mãos e o escudo na outra, sempre portando seu capacete também, que tem entalhado a imagem de dois grifos e da esfinge. Está sempre muito bem vestida com um porte nobre e austero, como uma alusão a sua castidade e a estar pronta para a batalha. Também já foi representada em moedas e vasos como águia, abutre, gaivota, mergulhão, pomba, entre várias outras aves, ou ainda como a própria Deusa tendo asas. Seus símbolos são a coruja, a aranha, o galo, a serpente, o bode, a lança, o crânio e a oliveira. Já as flautas e as gralhas são repugnados pela Deusa: o instrumento musical por um ridículo que passou e o animal por uma notícia de mau agouro. Como oferenda, Atena recebia sacrifícios de vacas, carneiros, mulheres virgens e castas (estas não para sacrifício, mas para o sacerdócio), carne assada, queijo, azeite, água e também tinha um fogo perpétuo que ardia em seus templos.
Tinha inúmeros templos importantes, ou não tão importantes, em sua homenagem, sendo o mais famoso o Parthenon. Havia um festival de nome Panatenaias em que jovens recitavam poemas, cantavam canções, levavam tecidos bordados ao templo, assim como ramos de oliveira, tudo em honra à Atena. Havia ainda as festas Cálceas em que Atena era homenageada junto a Hefestos: Ela como artesã dos tecidos e Ele como artesão dos metais. Há ainda algumas outras festas em sua homenagem: as Arreforias (mulheres castas honravam Atena, por ainda serem castas, e Afrodite, por estarem prestes a iniciar a vida sexual), as Asquiforias (mesmo intuito da anterior, porém, realizada por rapazes que honravam Atena e Dionísio, levando ramos de videira ao templo da Deusa quando as uvas começavam a amadurecer), as Plintarias (que davam início às colheitas da primavera e era o período de limpeza do Paládio de Atena), as Esquiroforias (que adoravam-na junto a Deméter e acontecia na Lua Cheia seguinte a Plintaria tendo como tema a debulha dos grãos da colheita e armazenamento dos mesmos) e também a Prokharisteria (o festival mais antigo de Atena em que todos os funcionários públicos lhe rendiam sacrifícios e onde somente nessa data era permitido lhe sacrificarem um bode).
Em Roma foi equiparada com a Deusa Minerva, mas com o passar dos tempos a divindade romana passou a ser tão helenizada que quase não se distingue mais as Deusas. Mas, de alguns pontos é possível notar a diferença como, por exemplo, Minerva Medica também é uma Deusa da Medicina e da Cura e Atena Hygieia representa apenas a manutenção da saúde já estabelecida, além de Minerva na cultura romana ter menos prestígio que Marte (ao contrário da Grécia, em que Atena prevalecia sobre Ares). Outras associações foram com as Deusas Higeia e Nike, divindades da saúde e da vitória, respectivamente, em que Atena tem até epítetos com o nome dessas divindades.
Sua importância era tão grande e sua influência tão imensa que até mesmo moedas com a efígie de Atena foram encontradas na Ásia e na Índia. Outros sincretismos, mesmo que alguns sejam bem fracos e questionáveis, ocorreram relacionados a Atena: Ishtar, Inanna, Ísis, Neith, Anat, Belisama, Sulis, Brighid, Brigância, Dona, Enyo, Allat, Anahit, Nané, Pax, etc.
Suas equivalentes divinas
ü Deusa Atena
ü Deusa Palas
ü Deusa Higeia
ü Deusa Nike
ü Deusa Minerva
ü Deusa Neith
Epítetos
ü He Thea (A Deusa)
ü Atana Potinija (Senhora Atena / Senhora de Atenas)
ü Acraea (Sobrenome de Atena)
ü Aithyia (A que mergulha)
ü Ageleia (Líder do povo)
ü Agoraia (Protetora da Ágora)
ü Aiantis (De Aias)
ü Aithyia (Das Multidões)
ü Alalkomenêis / Alalkomenê (Poderosa Defensora / De Alalkomenai, na Boiotia)
ü Alea (A que escapa / De Alea)
ü Alektor (Dos galos)
ü Alkis (Forte)
ü Amboulia (Conselheira / A que atrasa a morte)
ü Anemôtis (A que domina os ventos)
ü Apatouria (Enganadora)
ü Areia (Guerreira)
ü Arkhengetis (Fundadora)
ü Atrytone (Incansável)
ü Ásia (Da Ásia Menor)
ü Assêsia (De Assesus, na Ionia)
ü Axiopoinos (Vingadora)
ü Chalkioikos (A que tem uma casa de bronze)
ü Chalinitis (A que domina os cavalos com rédeas)
ü Dimêtôr (Nascida Duas Vezes)
ü Erganê (Trabalhadora)
ü Eryma (Defensora)
ü Gigantoletis / Gigantoleteira (Destruidora de Gigantes)
ü Glaukopis (De olhos glaucos)
ü Gorgolaphas (Das Górgonas)
ü Hellôtia / Hellôtis (Sobrenome de Atena em que era adorada em Corinto)
ü Hippia (Domadora dos cavalos)
ü Hippolaitis (De Hippola, na Lacônia)
ü Hygieia / Hygeia (Da boa saúde)
ü Iasonia (Sobrenome de Atena em Cyzicus)
ü Ilia (Dos Ilios, em Tróia)
ü Itônia (Sobrenome de Atena em Iton)
ü Keleutheia (Das Estradas)
ü Khalinitis (Criadora das rédeas)
ü Khalkioikon (Da casa de bronze)
ü Kissaia (A que faz crescer a hera)
ü Kolokasia (Dos tubérculos comestíveis)
ü Korie (Donzela)
ü Koryphasia / Koryphagenês (Nascida da cabeça)
ü Kourotrophos (Enfermeira das Crianças)
ü Kranaiês (Do bosque de cornizos)
ü Kydonia (Da Cidônia, em Creta)
ü Kyparissia (Do Bosque de Ciprestes / De Ciparíssia, na Messênia)
ü Laphraia (Sobrenome de Atena)
ü Larisaia (Do rio Larisos)
ü Leitis (Distribuidora dos espólios)
ü Lindia (De Lindos, em Rodes)
ü Longatis (Sobrenome de Atena na Boiotia Longas)
ü Magarsia / Magarsis (De Magarsos, na Cilícia)
ü Makhanitis (Habilidosa Inventora)
ü Metro (Mãe)
ü Narkaia (De Narkaios, em Elis)
ü Nedousia (De Nedon, na Messênia)
ü Nike (Vitoriosa)
ü Onka (De Oncae, na Beócia)
ü Ophtalmitis (Senhora dos Olhos)
ü Oxyderkês (De longa visão)
ü Paiônia (Curadora)
ü Pallas (Sobrenome de Atena)
ü Pallantias (Virgem / Igual a Deusa Palas, Deusa Grega)
ü Pallenis (Sobrenome de Atenas)
ü Panakhaia (De toda os Aqueus / De Acaia, na Laphiria)
ü Pareia (Sobrenome de Atena numa região da Lacônia)
ü Parthenos (Virgem)
ü Phrygia (Sobrenome de Atena por uma de suas estátuas ter tido origem na Frígia)
ü Polemêdokos (Que suporta a guerra)
ü Polias / Poliouchos / Poliatis (Protetora das cidades)
ü Promakhos / Promakhorma (Campeã / A que guerreia na vanguarda / Protetora da Baía)
ü Pronaia / Pronoia (A que previne / A que se encontra na calçada)
ü Sais / Saitis (Igual a Neith de Sais, Deusa Egípcia)
ü Salpinx (A que solta o brado de guerra)
ü Skiras (Do Templo de Skiros, em Phaleron)
ü Skillyntia (De Scillos, em Elis)
ü Soteira (Salvadora)
ü Sounia (De Sounion, na Ática)
ü Sthenias (Forte)
ü Telkhinia (De Telkhinia, em Chipre)
ü Tritô / Tritogenês / Tritogeneia (Nascida da cabeça)
ü Tritonis / Tithrônê (Do rio Tritonis)
ü Xenia (Protetora dos Estrangeiros / Matrona da Hospitalidade)
ü Zôstêria (A Grande de Armadura)
Referências
1) Antonio Liberalis, Metamorphoses
2) Apolodoro, A Biblioteca
3) Apuleio, O Asno de Ouro
4) Ateneu, Deipnosophistae
5) Calímaco, Hecale Frags
6) ________, Hinos
7) ________, Fragmentos
8) Diodoro da Sicília, A Biblioteca de História
9) Eliano, Varia Historia
10) ________, De Natura Animalium
11) Ésquilo, Agamenon
12) Estácio, Achilleid
13) ________, Silvae
14) Estrabão, Geografia
15) o Velho, Filóstrato, Imagine
16) ________, Vida de Apolônio de Tiana
17) Grego Lírico V Telestes, Fragmentos
18) Hesíodo, Catálogos de Mulheres
19) ________, Teogonia
20) ________, Trabalhos e Dias
21) Higino, Astronomia
22) ________, Fábulas
23) Homero, A Pequena Ilíada
24) ________, O Retorno
25) ________, O Saco de Ílio
26) ________, Odisseia
27) Nonnos, Dionisíaca
28) Os Hinos Homéricos
29) Os Hinos Órficos
30) Ovídio, Fasti
31) ________, Metamorfoses
32) Parthenius, Amores Românticos
33) Pausânias, Descrição da Grécia
34) Píndaro, Odes
35) Platão, Hípias Maior
36) ________, Menexenus
37) Plínio, História Natural
38) Plutarco, Histórias Paralelas
39) ________, Moralia
40) ________, Vidas
41) Ptolomeu Heféstion, Nova História
42) Quintus Smyrnaeus, Queda de Tróia
43) Suidas
44) Valéria Flaco, Os Argonautas
45) Virgílio, Geórgicas
Dallan Chantal
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