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O MAGO NUNCA SE ATRASA

EROS - O AMOR

Sou Aquele que se move e todos se esbaldam em prazer, regozijam em beleza e esmeram em plenitude. Eu sou o Amor e sem mim nada existe!



O Amor

Eros é o Deus Grego do amor em todas as suas formas e nuances, da beleza, da paixão, do prazer, da luxúria, do sexo, do gozo, do flerte, da paixão homoerótica, do casamento, dos relacionamentos, da fertilidade, da libido e dos atletas. Dependendo da versão é filho por partenogênese de Afrodite, de Afrodite com Ares, Afrodite com Hefesto, Afrodite com Zeus, Afrodite com Hermes, de Pínia com Poros, de Íris com Zéfiro, de Nix com Érebo ou do próprio Caos. É comumente confundido com o Deus Romano Cupido. Seu nome significa “Desejo Sexual”.

Quando Hesíodo, na Teogonia, descreve Eros como filho de Gaia, ele O retrata como um dos três que surgiram do amorfo inicial que era o Universo e que junto com seu pai, Gaia e Tártaro, deu forma ao Cosmos. Sendo assim, Eros pode ser relacionado no Ocultismo e nas tradições neopagãos com o Quinto Elemento, Aquele que dá liga, sustentação e equilíbrio aos outros elementos para que aquilo que é abstrato seja moldado e ganhe existência física. E, Eros sendo o amor, o eleva ao posto de sentimento mais puro, primitivo e essencial para a vida, o que é coerente com o discurso, pois é através do amor, paixão e sexo, áreas de atuação do Deus, que geramos vida e prole.

Já para Platão, Eros é filho de Poro, o Deus da Abundância, com Pínia, Deusa da Pobreza. Pois quando Afrodite nasceu e os Deuses fizeram um banquete pela sua existência, Pínia havia chegado mendigando um pouco de alimento. Poro, embriagado e descansando nos jardins de Cronos foi então abordado por Pínia desejando ter relações com Ele para que ao menos uma vez pudesse desfrutar de Sua abundância e desta união nasceu Eros. Platão o classifica como Aquele que nos faz rastejar, lamentar e chorar por nossos amores, assim como nos embriagarmos de prazer, alegria e regozijo de um momento para outro; aquele que morre nos corações apaixonados e que pode renascer no mesmo instante nos fazendo viver numa dualidade intensa e profunda, pois Ele é o próprio amor e o amor é filho da Abundância e da Pobreza. Mas, por ter nascido de uma união num festejo em honra à Afrodite e por apreciar a beleza, Ele é um dos Deuses que permanecem no cortejo de Afrodite acompanhando-a sempre.

Quando é alegado que seja filho de Afrodite, independente se por partenogênese ou com outro deus, Eros é dito ser uma criança eterna, pois Ele é o amor inocente e jovem que sempre permanece nos corações apaixonados. Mas, Afrodite vendo que Seu filho nunca crescia, ao queixar-se com Métis (em algumas versões Têmis) sobre este fato foi advertida que isto se escondia no fato de que Ele não tinha um irmão numa alusão de que o amor para crescer precisa ser correspondido. Então, apressando-se a gerar outra prole, Anteros, Deus do Amor Correspondido, veio à vida e desta forma Eros pôde crescer e assumir sua forma verdadeira. Junto com Afrodite, Anteros, Himeros e Pothos, Ele faz parte de um grupo de Deuses Gregos denominados Erotes que personificam as várias facetas do amor. Por vezes os deuses que compõe esse grupo são chamados apenas de facetas de um único deus, no caso Eros.

Eros possui consigo uma aljava de flechas que dispara nos corações humanos e divinos e os faz se apaixonarem e que nada nem ninguém pode resistir ao Seu poder. E por isso, numa das histórias gregas mais famosas, é contado que Psiquê era uma mortal de extrema beleza e que os seres humanos por vezes deixavam de ir aos Templos de Afrodite lhe render graças para apreciar a beleza de Psiquê. Desta forma, Afrodite muito ofendida, pediu que Eros a fizesse se apaixonar por alguém muito feio e grotesco, porém, quando Eros a viu se descuidou e se feriu com uma de Suas flechas e assim ficou perdidamente apaixonado pela mortal. Casou-se com Ela com a promessa de que Ela nunca visse quem era Seu marido, entretanto, movida pela inveja de suas irmãs, espreitou-se certa noite com uma vela e viu a face do amado. Mas, por distração, ao deixar cair um pouco da cera da vela no peito de Eros, acabou acordando o marido e pega em sua traição foi abandonada. Psiquê saiu a vagar clamando pelo perdão do esposo e, depois de Afrodite lhe impor várias tarefas para conquistar novamente o amado, Eros teve compaixão de Psiquê e rogou a Zeus que a tornasse imortal para compartilhar com ela da eternidade. Sendo assim, Hermes saiu ao seu encontrou, levou-a ao Olimpo, a faz beber da ambrosia divina tornando-a desta forma imortal e podendo viver com Eros para sempre. Junto com Psiquê, que é a Deusa que representa nossa Alma, nos ensina que o amor para florescer, ser duradouro, puro, sincero e livre precisa tocar a Alma dos amantes. Os dois tiveram juntos a Deusa Hedonê, divindade que preside sobre o prazer.

A importância de Eros é tão grande que por vezes Ele também é relacionado ao Deus Grego Phanes e como uma de suas encarnações. Phanes, de acordo com algumas versões da gênese do cosmos grega é o Grande Criador que deu forma e existência ao Universo. Na mitologia cristã Ele também pode ser relacionado ao Espírito Santo de Deus que pairava sobre as águas amorfas e caóticas do pré-universo e que após Sua ação deu forma a tudo o que conhecemos, além de ser Aquele que desce como fogo dos céus e inunda os fiéis com a plenitude e
comunhão com sua divindade. Ou seja, Eros é Aquele que promove também o religare com o divino, que nada mais é que nossas próprias religiões. Eros é o que dá consistência e sentido a nossas vidas. Mas, Eros não dispara apenas flechas de amor, mas também flechas de desamor feitas de chumbo, assim como nos conta a história em que Apolo zombou do poder de arqueiro de Eros e este fez com que o Deus do Sol se apaixonasse por uma mortal e esta o desprezasse solenemente.

Apesar de Sua importância, como expresso acima, Eros tinha um culto modesto e de pouca ênfase na Grécia Antiga. Ainda assim, Ele era tema de discussão e debates importantes pelos filósofos, como descrito no Simpósio de Platão. Na psicologia o Amor Eros é descrito como o amor romântico, o desejo carnal por outra pessoa. Eros é o sentimento que nos faz contemplar o interior das pessoas e nos apaixonar por elas, mas, para o filósofo, Eros não fala necessariamente da atração física como essencial para o amor e por isso o termo amor platônico é utilizado para se referir aos amores impossíveis e distantes, pois platônico nada mais é que “sem atração física”. Eros é o que nos liga à nossa anima, à Alma e por isso nos integra e funde ao Todo. Junto com Philos e Ágape, Eros forma a tríade do Amor: o amor da amizade, o amor da ternura e o amor romântico, respectivamente. Jung diz que Eros é o amor livre e despretensioso, o desejo para a perfeição, enquanto que Freud o define como a libido e o impulso vital dos instintos amorosos que levam ao ápice sexual.

É representado como sendo irresistivelmente belo e galante, sendo um homem robusto alado e bem afeiçoado, ou um jovem adolescente portando uma coroa de folhas, mas com o padrão de beleza perfeito e adequado aos olhos de quem O admira. Porta sempre um arco e uma aljava cheia de flechas prontas a disparar em qualquer um, com o alvo sendo o coração ou o fígado, e por vezes também uma tocha acesa. Seus símbolos são a lira, o chicote (quando busca um amante), a flauta, rosas, o galo, a lebre, o golfinho, o leão e todo tipo de aves. Junto com Afrodite, Eros faz uma contraparte divina: Afrodite inspira o amor dos homens pelas mulheres e Eros inspira o amor dos homens pelos homens. Mas, Eros vai ainda mais além que Afrodite, pois nas histórias gregas é visto que Afrodite queixa-se por Ártemis e Atena a desprezarem, ou seja, desprezarem seu poder em convencer os outros a se abrirem para o amor (se apaixonarem), porém, assim como dito por Hesíodo, nada nem ninguém pode resistir quando Eros decide agir.

Independente de qual versão sobre o nascimento do Deus o adorador deseja adotar, se filho do Caos e tendo papel principal na criação do Cosmos como o Amor que gera, organiza e consolida tudo, se filho de Afrodite sendo o próprio Amor e mais uma de suas nuances, ou se filho materno de quaisquer outras deidades que não Afrodite sendo apenas um dirigente das forças do amor na vida dos mortais e deuses, Eros é o princípio que move tudo no Universo, pois todos os sentimentos provêm de um único, que é o Amor. Desde a mais profunda antipatia até a simpatia mais superficial ao ato da ignorância por não considerar algo, Eros está presente visto que sempre será a presença constante à falta do amor que irá mover nossos atos. Sem Eros não há vida, não há existência, não há Deuses e, como disse Platão, “Eros é o caminho que conduz o homem à divindade”. Talvez seja por isso que quando os Mistérios Eleusinos trouxeram uma reforma à religião grega oficial que Eros foi proclamado em sua importância e Atenas passou a adorá-lo na forma de um culto muito popular todo quarto dia de todos os meses. Evoé Eros!

PRECE A EROS

Oh, Amor Sublime, Amor Mortal, Amor sem igual
Eros das mil manifestações, abranda-me a Alma e liberte meu coração
Tu que és o princípio e o motor do mundo
O que ninguém resiste e nos faz esquecer da razão
Ouça minha prece que faço de forma singela
E conceda um desejo a mim que nada sei sobre a paixão
Dê-me um amor puro, belo, fiel e alegre
Com um companheiro que jamais me deixará na mão
Io Eros Protogonos, o primeiro a nascer e o mais importante dos deuses
Você que é o Grande Libertador dos corações amargurados, Io Eleutherios
Vinde a mim e mostre-me a verdadeira face do amor
E me faça conhece-Lo, pois você nada mais é do que o próprio amor
Io Pandemos! Io Toxalcés! Io Eros Pteros!

Suas equivalências mitológicas
ü  Deus Eros
ü  Deus Phanes
ü  Deus Anteros
ü  Deus Himeros
ü  Deus Pothos
ü  Deus Cupido
ü  Deus Espírito Santo

Epítetos
ü  Eleutherios (Libertador)
ü  Himeros (Do desejo)
ü  Pandemos (De todos)
ü  Pothos (Da saudade)
ü  Pteros / Pterotos (Deus Alado)
ü  Protogonos (O Primeiro a Nascer)
ü  Toxalcés (Poderoso do Arco)

Referências
1)    Argonáutica – Apolônio de Rhodes
2)    Dionisíaca – Nonnus
3)    Metamorfoses – Ovídio
4)    O livro de ouro da mitologia, Histórias de deuses e heróis – Thomas Bulfinch, Ed. Ediouro, 2006
5)    O livro ilustrado da Mitologia, Lendas e histórias fabulosas sobre grandes heróis e deuses do mundo inteiro – Philip Wilkinson, Ed.Publifolha 2005
6)    O Asno de Ouro - Apuleio
7)    Os Mistérios Órficos
8)    Phaedra – Sêneca



Dallan Chantal

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