Introdução:
A história desse deus é bem interessante, a narrativa do Mahabarata é uma fonte fiel à história dele e de sua relação com Rama. A participação dele na guerra contra os seres do mal é essencial. Ele é um deus muito poderoso e eu o convoco sempre quando quero eliminar a influência negativa ou o mau-humor dos deuses. Ele é considerado veículo de Rama, mas o seu mantra pode ser utilizado pra trazer a atenção e vibração de todos eles, já que ele foi abençoado de forma especial por todos.
Eu me conecto muito com ele pois o Deus Vayu (deus dos ventos e do ar), que é minha divindade principal, foi o responsável por todas as divindades o abençoarem. Enfim, vamos a história dele.
Agora uma coisa incomum eu vou publicar um texto de outro autor por ter considerado um texto muito bom. O texto que se segue é de autoria de Dallan Chantal ele fez um ótimo texto que ilustra a história de Hanuman.
HANUMAN - DEUS MACACO
de: Dallan ChantalHanuman, também chamado de Hanumat, Anuman, Anoman, Andoman e Hunlaman, é o Deus Hindu da sabedoria, da perspicácia, da inteligência, da eloquência, do canto, da estratégia, da inocência, da castidade, da proteção, da amizade, das brincadeiras e das travessuras. Seu nome significa “De queixo/mandíbula proeminente/desfigurada”, provindo das palavras Hanu (mandíbula) e Mant (destaque ou desfigurado), visto que quando Hanuman era criança Ele confundiu o Sol com uma manga e assim impediu um eclipse para poder tentar comer a estrela. Indra, muito enfurecido com o ato, lançou um raio em direção a Hanuman que veio a acertar seu maxilar e o deixou inconsciente, mas, Vayu (Deus dos Ventos) não gostou da atitude de Indra e se afastou, levando toda a criação a começar a morrer asfixiada. Então, Indra retirou o efeito do raio, deixando apenas uma cicatriz no queixo de Hanuman, além de, junto com várias outras divindades, ter-lhe concedido inúmeras bênçãos para apaziguar Vayu e este retornar com o ar para o planeta.
Por conseguinte, Hanuman é um Deus extremamente poderoso em virtude dos dons adquiridos: Brahma, deu-lhe o poder de ser imune às suas maldições, de ninguém conseguir matá-lo com qualquer arma em guerra, de induzir medo aos inimigos e retirar o medo dos amigos, além de voar e poder mudar de forma conforme desejar; Shiva deu-lhe a benção da longevidade ao entregar-lhe uma faixa, conhecimento sobre as escrituras sagradas e a capacidade de atravessar facilmente os oceanos; Indra deu-lhe a capacidade de ser invulnerável aos seus raios e ser mais forte do que os mesmos; Varuna abençoou-o para que fosse sempre protegido pela água; Agni para que nunca fosse atingido pelo fogo; Surya deu-lhe o dom de crescer ou diminuir de tamanho conforme desejasse; Yama com o dom da imortalidade; Kubera afirmou que Ele sempre seria feliz e contente; Vishwakarma deu-lhe a capacidade de proteção sobre todas as armas criadas; Vayu com uma velocidade maior do que a que Ele próprio tinha; e Kamadeva para que o sexo não surtisse efeito nEle.
Outras fontes citam que o nome de Hanuman pode ser derivado das palavras “Han” e “Maana” que significam, respectivamente, morto/destruído e orgulho, portanto, “Aquele cujo orgulho foi destruído”. Também dizem ser uma variação de Hanuruha, que é o nome de uma ilha que dizem que Hanuman passou a infância ou ainda que provém da palavra Aan-mandhi, que significa Macaco Macho. É um deus de origem tribal da Índia Central que posteriormente foi incorporado ao panteão hindu. Na astrologia védica é dito que Hanuman é Aquele que consegue afastar os malefícios trazidos por Shani – o planeta Saturno**.
** Na astrologia védica cada planeta é na verdade uma divindade, e quando por algum motivo seu karma não se encontra bem com aquela divindade ele é marcado no mapa natal como um aspecto de tensão com aquele planeta (adendo de Doshi Fred)
A história de Hanuman começa com o sábio Narada que, apaixonado por uma jovem, orou a Vishnu para que o ajudasse a conquista-la. Então, ele foi à cerimônia em que a amada escolheria um marido e quando ela o viu caiu em risos, pois Vishnu havia feito ela ver em Narada a face de um Vanara (macaco humanoide). O sábio, imensamente humilhado, amaldiçoou Vishnu para que em uma de suas encarnações ele ficasse preso ao corpo de um vanara, ao passo que Vishnu explicou-lhe que tinha feito isso, pois o matrimônio seria uma maldição para ele e lhe retiraria todos os dons. Narada, arrependido, suplicou perdão ao Deus, que lhe disse para não se preocupar com nada, pois a maldição se transformaria numa benção, pois levaria ao nascimento de Hanuman, que seria o mentor e o protetor de Rama (uma das encarnações de Vishnu).
Então, Hanuman, filho de Kesari, um vanara, com Anjana, uma Apsara (espírito das águas e das nuvens), é considerado como uma das encarnações (avatar) de Shiva. Seus pais oravam a Shiva para terem uma criança pelo qual foram atendidos. Outras fontes dizem que a Trimurti combinada, Brahma, Vishnu e Shiva, assume a forma de Hanuman. Numa outra versão, enquanto Anjana estava grávida o Deus Vento Vayu levou seu poder divino para o ventre de Anjana por determinação de Shiva ao atender as preces do casal, portanto, Hanuman também é identificado como filho de Vayu. Há ainda uma história que o identifica como filho de Vayu, pois enquanto Anjana orava para Shiva para ter filhos, ao mesmo tempo o pai de Rama realizava um ritual pedindo a mesma benção; então, ele recebeu um pudim para ser compartilhado com suas esposas para que engravidassem e, um papagaio por ordem divina, arrebatou um punhado desse pudim e deixou cair sobre a floresta que Anjana estava fazendo suas preces, ao passo que Vayu levou esse pudim às mãos dela e, assim, ela pôde engravidar de Hanuman.
A história conta que Hanuman era uma criança muito travessa e que, por isso, recebeu uma pequena maldição dos sábios de que Ele não se lembraria de suas habilidades a não ser que outros o dissessem. Então, Ele fica limitado sem seus poderes até que Jambavantha, em algumas versões Rei dos Ursos e em outras um sábio vanara, o incita a auxiliar Rama no resgate de sua esposa Sita que havia sido sequestrada por Ravana, um Raksasa (demônio hindu). Depois disto, Hanuman cônscio de seus plenos poderes, foi o responsável por descobrir o cativeiro de Sita e auxiliar na consecução dos planos e das ações para o resgate dela. Ao mesmo tempo em que a esposa de Rama foi sequestrada, o Rei dos Macacos teve seu reino usurpado pelo irmão e foi expulso do mesmo. Hanuman, então, como ministro do Rei, auxilia Sugriva – o Rei – a recuperar o reino, com a promessa de que este fosse ajudar Rama a recuperar a esposa sequestrada. Mas, Sugriva esquece-se da promessa, porém, com a ajuda de Lakshmana, irmão de Rama, Hanuman convence o Rei dos Macacos a participar do intento.
Durante a ação do resgate, Rama e Lakshmana são feitos prisioneiros e para libertá-los é necessário
que cinco fogueiras sejam apagadas simultaneamente. Para isso, Hanuman cria cinco cabeças e assopra sobre as fogueiras apagando-as instantaneamente. As cabeças foram: Sri Hanuman – cabeça de macaco (retira o pecado e confere pureza de espírito) –, Sri Garuda – cabeça de águia que representa a montaria de Vishnu (afasta o mal de forma geral e tira venenos do corpo) –, Sri Varaha – cabeça de javali que representa a terceira encarnação de Vishnu (afasta os problemas causados pela má influência dos planetas além de abençoar com a prosperidade de forma geral) –, Sri Narasimha – cabeça de leão que representa a quarta encarnação de Vishnu (remove o medo pelo inimigo e concede a vitória) – e Sri Hayagriva – cabeça de cavalo que representa outra manifestação - de avatar – também de Vishnu (confere conhecimento, vitória, boa esposa e filhos). Depois de libertados, Lakshmana ainda é ferido em combate, pelo qual Hanuman leva uma montanha ao campo de batalha nas costas para que os macacos retirem as ervas adequadas para a cura do amigo ferido. Por fim, conseguem derrotar Ravana e recuperar Sita de volta.
Após o resgate, Rama decide recompensar cerimoniosamente seus companheiros e a cada um distribui um presente. Quando chega a vez de Hanuman ele opta por não receber nada e Rama o abraça fortemente informando que nunca poderia honrá-lo de forma adequada pelos feitos e auxílio que prestou. Mas, Sita insiste em lhe dar um presente, pelo qual tira seu próprio colar e o entrega a Hanuman. O Deus Macaco pega o colar e começa a arrancar suas pedras aos pares, quebra-as, olha pra dentro e joga-as fora pelo qual os presentes na cerimônia ficam chocados, mas Ele insiste que faz isso para ver se Rama e Sita estão lá dentro e, vendo que não estão, de nada tem serventia. Os presentes, embasbacados e sem entender, são admoestados por Hanuman que Rama e Sita estão em
tudo e, para provar, canta o mantra “Shri Ram, Jai Ram, Jai Sita Ram” e rasga o próprio peito revelando que Rama e Sita literalmente estão dentro do seu coração.
No Ramayana (livro que conta as aventuras de Rama e Hanuman), Rama descreve várias qualidades que Hanuman possui, como: melhor cumpridor das sentenças, conhecedor de toda a sabedoria (Vedas e das Escrituras), doutor das nove escolas gramaticais (do conhecimento) e o que possui o discurso mais impecável e a face mais verdadeira. Ele é o ministro do Rei dos Macacos e, permanecendo imortal mesmo após a morte de Rama, auxiliou Vishnu em outras encarnações, como quando estava encarnado também na forma de Krishna. Hanuman é considerado o devoto fiel e o servo perfeito, pois quando Krishna ordena que Ele vá auxiliar Arjuna (irmão mortal de Krishna – não sendo nenhum deus encarnado), Hanuman o fez sem questionar. Hanuman também é um dos únicos seres vivos, com exceção de Arjuna, Sanjaya e Barbarika, que ouviu o Bhagavad-Gita original ser pronunciado pela primeira vez. Desta forma, Hanuman simboliza os sacrifícios e a castidade, pois passou sua vida em devoção a Rama e para isso em castidade intocável, de onde, atestam os lutadores na Índia, o Deus tira sua força. Contudo, na versão do Paumacariya, escrito por Vimalasuri, e nos escritos não-indígenas do Ramayana, como o Ramakien, Hanuman é descrito como tendo filiação diferente da apresentada no Ramayana, além de ele não ser um celibatário, em que se casa várias vezes.
Ele é um Deus bastante cultuado e em todos os templos onde haja alguma estátua de Vishnu, outra de
Hanuman é posta também. Dentro do culto aos Deuses Hindus, Hanuman é considerado a única divindade que pode ser adorada em casos de problemas com espíritos malignos, desde demônios a poltergeists e, por isso, dizem que a área ao redor dos templos de adoração a Hanuman são protegidos contra esses seres. Muitos ídolos de Hanuman são encontrados em estradas, pois afirma-se que proteja contra acidentes. Hanuman é adorado também como guardião das fronteiras pelo povo de forma geral, como um asceta pelos iogues e como o Deus da Força pelos lutadores.
Hanuman é representado de duas formas: Bhaktha Hanuman e Veera Hanuman. Como Bhaktha Hanuman é visto com as duas mãos juntas em oração e como Veera Hanuman é visto com o cetro em uma mão e a montanha Sanjeevi Parvatham na outra. Seus símbolos são o Parashu (machado indiano de batalha), o Khanda (espada reta de dois gumes), o Chakram (uma arma de arremesso), o dhaalam (escudo), o gada (maça), o trishula (tridente), a kumbha (cerâmica indiana), o katar (adaga com punho em formato da letra H), o chicote de ferro e um prato cheio de sangue. É cultuado no dia 15 do mês de Chaitra num festival de nome Hanuman Jayanti sendo esta uma celebração muito importante, pois Hanuman é invocado como a força e a energia por poder transmutar sua forma e pela sua devoção a Rama. Também, todas as terças-feiras e sábados, seus devotos fazem um jejum e dão ofertas especiais ao Deus pedindo Suas bênçãos. É um Deus extremamente calmo, educado e sensato, apesar de também adorar fazer travessuras, brincadeiras e aventuras.
Epítetos
- Anjaneya / Anjaniputra / Anjaneyudu / Anjaneyar - Filho de Anjana
- Kesari Nandan (Filho de Kesari)
- Maruti (Filho de Marut, outro nome de Vayú que levou o poder divino para o ventre de Anjana)
- Pavanputra (Filho do Vento, como referência a Vayú que levou o poder divino para o ventre de Anjana)
- Bajrang Bali (O Forte / O Laranja)
- Sang Kera Pemuja Dewa Rama (O macaco poderoso devoto de Rama)
- Manojavam (Aquele que é rápido como a mente)
- Maarutatulyavegam (Aquele que é veloz como o Deus do Vento)
- Jitendriyam (Aquele que tem controle completo sobre os próprios sentidos)
- Buddhimataamvarishtham (O maior entre os intelectuais)
- Vaataatmajam (Filho do Deus Vento)
- Vaanarayoothamukhyam / Vaanaraanaamadheesham (Chefe do exércitos dos Vanaras)
- Shreeraamadootam (Mensageiro de Rama)
- Atulita Bala Dhaaman (Aquele que é o repositório da força incomparável)
- Hemshailaabha Deham (O de corpo semelhante a uma montanha de ouro)
- Danujvana Krushanum (Destruidor da força dos demônios)
- Gyaaninaam Agraganyam (Mais importante entre os seres conhecedores)
- Sakala Guna Nidhaanam (Repositório de todas as virtudes e das boas qualidades)
- Raghupati Priya Bhaktam (O mais querido de todos os devotos de Rama)
- Sankata Mochana (Aquele que liberta as mulheres do perigo)
- Veer Iangra (O corajoso que manca)
- Kapipati (Senhor dos símios)
- Iraja (Aquele que nasceu do vento)
- Iraputra (Filho do Vento)
- Chiranjeevi (De vida eterna)
fim do trecho de Dallan Chantal
Para conhecer todos os feitos de Hanuman eu aconselho a ler o Mahabarata onde estão todas as crônicas e batalhas dos deuses, sendo que dentro dele se encontra o Ramayana. Um outro ponto importante, é falar sobre o mantra de Hanuman. É sabido que o mantra de Hanuman é um mantra muito poderoso e serve para acalmar a fúria das inteligências planetárias, já que ele foi abençoado por todas elas. Então quando temos planetas em tensão ou dívidas kármicas esse mantra pode ser usado durante um mês para acalmar as influências maléficas dos planetas no nosso mapa natal. Outro ponto é que Hanuman é indestrutível e tem um alto poder de cura, por isso esse mantra também é usado para curar os males físicos, mentais e espirituais.
Om ham hanumate namah.
complexo:
Om ham hanumate rudratmakaya hum phat
Mantra:
Simples:Om ham hanumate namah.
complexo:
Om ham hanumate rudratmakaya hum phat
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Amei, apaixonado.
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