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O MAGO NUNCA SE ATRASA

O Casamento de Sophia


Prefácio do Editor:


Esse artigo originalmente foi escrito pela nossa querida sophia, mas por conta do seu problema com a internet, e depois de uma conversa com o marido da Sophia (sim gente eu conheci o marido dela, um amor de pessoa), eles me pediram pra complementar aqui com a versão dele, já que o casamento foi dos dois né. Então diríamos que esse texto foi obra dos dois, eu só fiz a revisão e coloquei os apontamentos que os dois me mandaram!
The Source

O Casamento de Sophia


O que constitui uma família? Posso utilizar a conceituação da Wikipedia para tal: "A família é unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos.". Ou seja... Família é toda e qualquer ligação entre indivíduos que se 'consideram' família, e isso acaba se estendendo para a magia (sobre isso, falarei mais para frente em um outro post).

Atualmente o conceito de Família Tradicional, está passando por um processo de mudança, onde o gênero e a sexualidade estão contestando os modelos estabelecidos de forma prévia (de antemão, vou deixar bem claro que não sou contra nenhuma manifestação da sexualidade humana, contanto que de fato exista 'mútuo acordo').

Mas qual a relação do todo com as partes? Bem... É que vou me casar!!!!!! *¬* Podem fazer a festa já! (kkkkkkkkkkk). Sim, deixando a brincadeira de lado, vou me casar sim... E por isso mesmo, decidi fazer um post explicando mais ou menos como vai ser o meu casamento, trazendo também um modelo de ritual, para o casamento religioso, super em voga na minha Família, mas antes, vamos a alguns detalhes importantes.

O primeiro ponto a ser discutido, é exatamente sobre a perpetuação de uma família, suas tradições e consecutivamente seu sangue, o que nos leva a pensar sobre infinitas relações do que viria a ser um 'casamento bruxo' de fato. Parafraseando o Gerald Gardner, lááááá no início da Wicca, um bruxo nasce sempre bruxo, geralmente nascendo na mesma família que o iniciou nos caminhos... Basicamente, isso seria 'O Grande Segredo' do que viria a ser o Sangue Bruxo.

Pertencer a uma Família, reencarnar novamente próximo aos seus, perpetuar o ciclo até a perfeição ao atingir à Grande Obra. Pois bem, dentro de uma família, seja ela a Família Mágica Tradicional, ou não, tem uma forte tendência a perpetuar suas tradições, geralmente através de pequenos ensinamentos diários, coisas como receitinhas de vó, aquele famoso guisado que sua vó prepara, ou o chá que sua mãe te deu para melhorar uma dor no estômago, ou até aquela 'torta pega marido' que todas as suas tias fizeram pouco antes de casar...

Pois bem... O assunto principal desse post é sobre casamento, e não exatamente sobre o Sangue Bruxo ou sobre os motivos da continuidade (assim como as necessidades) das linhagens mágicas. Agora sábado passado eu me casei (sim, eu atrasei a postagem por conta dos preparativos do casório e pra poder editar depois do casamento :P ). Vocês amigos e amigas leitoras, devem estar se perguntando então como o casamento ocorre não é? Então vou contar a vocês, do primeiro encontro, até a amarração final... Digo, dos votos declarados rsrsrs.

Tudo começa com um casal de noivos (independente se você é homem e gosta de homem, mulher que gosta de mulher, mulher que gosta de homens, homem que gosta de gatos e mulher que gosta de hamsters), geralmente para que haja um casamento mágico, um dos dois deve pertencer a uma família de bruxos né verdade? Bem... Dado esse fato, posso esclarecer uma coisa em relação a perpetuação do Sangue: Há uma necessidade da Linhagem para que haja a perpetuação do Sangue, mas o que eu vou oferecer para vocês no final do post pode ser usado por qualquer um que deseja levar seu amor à presença das divindades.

Depois do casal se conhecer, passar um tempo namorando, da mulher/ homem ter sido reconhecido como capazes de casar (através das iniciações que são transmitidas na minha Família, por exemplo), então começa de fato os preparativos. Ambos preparam uma lista de amigos / familiares, que desejam comemorar o casório, assim como servir de testemunhas para o enlace perante os deuses, a correria começa nesse ponto.

Do grupo de convivas, se dividem dois grandes grupos o de mulheres e o de homens (levando em conta que o casal é heteronormativo, se não for, basta entrar em um acordo entre as partes para ver quem vai representar o papel de quem), os convidados presenteiam os noivos, obrigatoriamente (anotem aí), com  um conjunto de fitas, três para ser exato, ou múltiplos de três (quanto mais fitas, melhor!) de cores variadas que representam os desejos para o novo casal e a futura família que está se formando.

O homem então cuida de escolher do trio de fitas que simbolizam o que ele quer para sua noiva e o mesmo se repete para a parceira/o. No entanto, aqui entra a pegadinha... Dos dois, quem possuir de fato a linhagem mágica é que irá trazer as 'Cores da Família', sendo também representada por um trio de fitas (ou mais '-'), geralmente acontece da mulher ser presenteada pela anciã da família do marido e vice versa, no meu caso recebi as cores da família diretamente do meu avô.

As mulheres se reúnem para trançar as fitas dentro dos grupos de três (separando as cores da família em uma trança a parte) enquanto os homens cuidam de preparar o banquete do casamento (que no tempo da vovó foram uns três bois e carne de caça '-') enquanto as mulheres fiam, trançam e fofocam (kkkkkkkkkkkkk gente não dá pra mentir... Essa é a parte mais divertida rsrs). Depois o elder (sacerdote mais velho que geralmente é o patriarca da família) chama as divindades no fogo da lareira e abençoa as cordas dos noivos e a corda da família que vai ser tronco (ou do homem ou da mulher, corda que o sacerdote faz)

Com essas pequenas tranças, é feita uma corda grande, unindo ponta com ponta, até que sobrem apenas duas pontas soltas (vocês já irão entender o por que disso). Preparadas as tranças e consequentemente a corda, as mulheres irão preparar o resto da comida do banquete enquanto os homens, que já voltaram com a carne e a preparam para uma senhora churrascada, irão cuidar dos bebes (eu indico: Vinho Tinto de boa qualidade, hidromel temperado com maçãs, cerveja preta / vermelha e loira). Não preciso dizer que tudo isso é preparado com antecedência né gente?

E CHEGA O GRANDE DIA!!! E mais um pouco de loucura e correria claro... Gente fofocando, tias e avós rindo, casa lotada de gente, calor humano / climático / nas partes baixas... Enfim... Os noivos se reúnem na virada da noite, vestindo apenas máscaras (uma para cada polaridade da divindade) dentro do círculo formado pela corda principal, de cores variadas, os noivos se prostam em pé um de frente para o outro, formando uma triangulação com o Elder, o sacerdote faz uma invocação preliminar das divindades do panteão (gente, infelizmente aqui não posso revelar detalhes ok? Vou ficar devendo isso...) pedindo as bênçãos para a família, ou melhor dizendo, o galho da família que está nascendo, enquanto os convidados giram a corda que agora é o círculo...

Os noivos fazem os votos um para o outro, e então se calam...terminando essa parte os noivos que agora no momento encarnam as divindades feminina e masculina tomam seus lugares no círculo e se começa a girar, 9 vezes sentido horário, enquanto se entoa pedidos de bonança e prosperidade pro casal (uma cacofonia porque cada um diz o que quer).

Terminando o convidado que fica em frente ao altar começa a apertar a guirlanda. A partir daqui, cada convidado é chamado para entrelaçar a corda entre os convidados, fechando o círculo pouco a pouco, enquanto que ele reafirma os desejos e os presentes que ele trouxe para o casal (seja saúde, filhos, riqueza, prosperidade, amor, paixão... Etc). E se faz até não dar mais, ou os noivos se encontrarem. Aí já se tem na guirlanda de todas as cordas menos a feita pelo sacerdote que fecha o objeto caso ele ainda esteja frouxo. Viram? Esse entrelaçar forma uma guirlanda coloridíssima, que representa sobretudo a união da família, sob a égide das divindades presentes e dos bons auspícios desejados pelos convivas...

Após todo esse "roda-a-roda jequití" a cordinha, que agora é uma guirlanda, é entregue para os noivos, e com cada um segurando uma parte do "anel" o sacerdote asperge óleo perfumado e água do mar na mesma, abençoando definitivamente a família...

Começam as comemorações... Os convidados então são realocados para o banquete, a guirlanda é pendurada na cabeceira da cama do casal, e os noivos selam o casamento (preciso dizer como fazem isso?) ... :3
A Sophia não disse mas o noivo: o grande rito é feito a parte e somente se tem acesso o casal e o sacerdote no fim, pra se confirmar a consumação. A guirlanda então vai para o altar ou para a porta da casa pra dizer que lá é um lar de um novo ramo da família e as cores predominantes da corda dizem as cores da nova família.

Se eu for contar quanto tempo o casamento de fato dura, incluindo os preparativos, o ritual propriamente dito e o dia seguinte, dá uns três dias mais ou menos, isso sem contar a ressaca (sim gente, eu bebo... OK?). Com a festa acabada, todos voltam para o seu dia a dia normal, mudados claro... Pois a felicidade se instala, afinal de contas é a criação de uma nova família... Aí virão filhos, netos... A tradição se perpetua, a magia acontece... Os deuses continuam vivendo.

Pois bem gente, essa é a minha narrativa de um ritual de casamento, do meu casamento... Espero que a partir dele vocês possam usar o modelo na construção da felicidade e da família de vocês... No caso da falta de um "sacerdote", os noivos podem fazer os votos solenes um para o outro... Qualquer dúvida postem aí nos comentários, que eu vou tentar responder a todos ok? Beijocas e até a próxima postagem.









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