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Vila é uma Divindade feérica eslava, proveniente da Romênia, Bulgária, Croácia, Polônia, Sérvia e alguns outros países do leste europeu. Ela poderia ser classificada como uma Deusa-Menor ou Semideusa, pois não existem fontes arqueológicas que a identificam como uma Deusa em si, entretanto, é vista algumas vezes como o espírito da energia vital da natureza e, como os Deuses são a natureza, Ela sendo o espírito da natureza pode ser considerada uma Semideusa. A maior parte das fontes dizem também serem donzelas etéreas que possuem a habilidade de mudar de forma para seduzir os homens e casarem com elas: se forem pessoas boas e puras terão uma vida longa e saudável, mas do contrário elas irão sugar toda a energia vital e depois torturar este tipo de homem até a morte. Entre seus vários nomes temos: Samovila, Samodiva, Wila ou Wily (plural). Seu nome pode significar Divindade, demônio, selvagem, virgem ou ainda raiva; aspectos e características que Vila traz consigo.
É associada aos elementos água e ar e é dito que Ela viva nas florestas, campos, sobre as montanhas, colinas, altos montes ou ainda em cavernas escuras perto de lagos, rios ou poços e se deleita sobre os ventos, adorando causar tempestades. Aparece de forma etérea com um longo vestido esvoaçante (geralmente verde), cabelos loiros, alta, magra, com penas adornando as vestes. Nas histórias polonesas é dito que são espíritos de donzelas frívolas durante a vida e que agora vivem a vagar entre o nosso mundo e o Outro Mundo após a morte. Já nas histórias da Eslovênia elas são fantasmas de noivas que morreram antes do casamento. O que a Vila mais presa é seu cabelo e, se este for arrancado, ela morre ou se muta para sua verdadeira forma – não se sabe. Se uma de suas penas for roubada quem o pegou tem o direito a um pedido e após realiza-lo a Semideusa desaparece.
As Wily possuem uma vastidão de poderes mágicos: possuem uma voz arrasadora e encantadora que é capaz seduzir os homens mais valentes ou levantar casas no ar com sua força, têm o dom do conhecimento das ervas, da cura de quaisquer doenças e da profecia (que algumas vezes utilizam para ajudar a humanidade), podem se transmutar em qualquer coisa que queiram - principalmente para um redemoinho ou para a forma dos animais que a representam (cisne, cavalo, lobo, serpente, falcões), trazem a seca, queimam plantações, fazem o gado morrer de febre alta, etc. São guerreiras por excelência fazendo a terra se agitar com sua passagem, homens que as desafiam e quebram suas palavras elas os fazem dançarem até a morte, e se você encontrar um anel de grama grossa ou um círculo de cogumelos ou ainda de morangos não pise nele, pois foi onde elas dançaram e pisar neste local atrairá todo tipo de azar. Quando irritadas, se transformam em uma horrenda e monstruosa ave que solta fogos em seus inimigos (o que foi levado a comparação delas às Harpias).
Como qualquer Divindade da natureza não é boa ou má e seu código de conduta e ética são completamente diferentes dos conceitos humanos. Devemos sempre lembrar que é uma Semideusa com características de fadas. Por exemplo, gostam de brincar e serem admiradas, mas não aceitam que seus territórios sejam invadidos, mesmo que inocentemente. Cegam quem coloca os olhos sobre elas: alguns literalmente e outros metaforicamente – de paixão – a seu bel prazer. Suas danças, acompanhadas pelo ritmo do vento, se iniciam à meia-noite e terminam ao alvorecer e simboliza a matéria da vida: uma energia pura e poderosa, mas prejudicial para os despreparados, pois também representa um contato com o que é considerado sobrenatural, mas que é naturalmente sentido na natureza para quem está aberto às vibrações de vida. Entretanto, raramente causam destruição, pois se comprazem e deleitam na beleza da Criação.
As Wily conhecidas pelos povos sérvios são: Andresila, Andjelija, Angelina, Djurdja, Janja, Janjojka, Jelka, Jerina, Jerisavlja (a líder), Jovanka, Katarina, Kosa, Mandalina, Nadanojla e Ravijojla. Oferendas consistem em pães doces, bolos redondos, fitas, frutas frescas, legumes ou flores silvestres deixadas em locais sagrados, como: um monte onde geralmente tenham sido avistadas, um anel de árvores nas montanhas, um anel de grama alta ou um monte onde tenha sido atingido várias vezes por raios. O nome Vila Samodiva também é usado como referência para a donzela de uma vila que sempre levam os outros em suas danças.
DALLAN CHANTAL
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